Cibel e a arte de compreender a psicologia do esporte

Nossa entrevistada do dia para a série “Essa é a Nossa Gente” é Cibel Oliveira Gatti, psicóloga, atualmente no serviço social da SEME

Texto: Paulo Sérgio Serra Teixeira
pauloserra@prefeitura.sp.gov.br

Vanessa Dini
vdini@prefeitura.sp.gov.br

Foto: Paulo Gervino
pantar@prefeitura.sp.gov.br


Cibel Oliveira Gatti é paulistana, 53 anos, nascida no bairro paulistano de de Cerqueira César, onde vive até hoje. Formada em Psicologia, especializada na área clínica, ela entrou na Prefeitura há 32 anos, em 1980. Nesse período ficou durante 4 anos “emprestada” à Assembléia Legislativa de São Paulo e depois voltou à Secretaria de Esportes. Começou na Prefeitura como Secretária Executiva, onde tinha como função cuidar da recepção do gabinete, sempre conciliando a graduação com o trabalho na SEME. Na época do governo de Jânio Quadros, pôde fazer a transposição de cargo, e passou a atuar em sua área: a psicologia.

Após formada, Cibel foi trabalhar no departamento médico do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa. Nossa perfilada do dia já possuía uma especialização na área de Distúrbios do Comportamento Infantil, mas percebeu que precisaria fazer novos cursos para trabalhar com os atletas do COTP. O curso escolhido foi de Terapia Psicomotora. Depois também se especializou em Sinesiologia Psicológica , que é o estudo do movimento e do trabalho corporal. Além das especializações e da participação em diversos congressos, também fez diversos cursos, como o de Psicologia do Esporte, curso que lhe ensinou a cuidar da otimização do rendimento dos atletas e da parte “emocional”.

Chefe do setor de Psicologia até o ano de 2010, Cibel sentiu durante este período a necessidade de sentir o mesmo que os atletas sentiam, participar de um campeonato oficial, competitivo. E foi isso que ela fez. Levou super a sério os treinamentos de supino, ficou em segundo lugar no Campeonato Paulista e foi campeã Brasileira da categoria. “Foi muito legal, senti a emoção, o nervosismo que os atletas sentiam, fiquei contente com o resultado, mas nunca pensei em continuar na modalidade profissional, a experiência já tinha sido suficiente.”

Cibel teria a possibilidade de se aposentar em junho deste ano, por tempo de serviço, mas essa ideia ainda não passa por sua cabeça, ao contrário, novos objetivos lhe vieram à mente, uma vontade de mudar que a fez ingressar no Serviço Social da SEME. No novo cargo, a Psicóloga criou uma proposta de trabalho junto aos funcionários da Secretaria, pela percepção de que o serviço por muitas vezes se tornava pesado, estressante. Desde o segundo semestre de 2011 sua função passou a ser a de fornecer orientação familiar aos funcionários ou familiares de funcionários que vão lhe procurar. E tudo é gratuito. “Nunca quis que essa ideia se tornasse uma imposição, eu oriento as pessoas que vêm me procurar por livre e espontânea vontade. E o curioso é que as pessoas não têm costume de participar de coisas sem pagar nada, sempre me perguntam quanto é.”

O espaço para as orientações foi improvisado, mas segundo Cibel: “É um lugar estranho à primeira vista, mas ficou muito legal. Estou atendendo no vestiário da diretoria, em uma sala atrás dos banheiros, onde ficavam os chuveiros. E eu trago meu próprio material, inclusive a maca. É até engraçado que às vezes o pessoal me vê chegando cheia de sacolas e perguntam se eu vou viajar. Eu sou meio acelerada com esse projeto, eu trouxe a ideia e quero trazer o material. Estou adorando, a aceitação está muito boa.”

Fora da SEME, Cibel tem seu próprio consultório, onde cuida principalmente de tensões e dores corporais. Para o futuro, nossa entrevistada pretender dar mais força a seu projeto na Secretaria e a seu consultório e espera também fazer outros cursos, como o de massoterapia (ela sabe algumas técnicas chinesas e quer se aprofundar). Mas o seu maior objetivo é cuidar de sua filha, que ainda é bem novinha, com apenas 4 anos e meio. Ela é adotada, fato que já é discutido abertamente entre mãe e filha. Cibel diz que “as almas das duas são irmãs. Ela não nasceu de sua barriga e sim de seu coração.”

Nas horas livres, Cibel fica com a filha e a família. Ela gosta de assistir à transmissões esportivas, principalmente futebol, vôlei e basquete. É Santista, mas possui um ladinho Palmeirense, por causa de seu pai e irmão. Também faz condicionamento físico em casa, onde tem pesos e um simulador de escalada. “Eu me organizo porque não gosto de ficar parada.” Cibel também faz parte da Família SEME, e está sempre pronta para atender aos colegas que precisam de alguma orientação.